DESPEDIDAS

Clique para ouvirAreeiro

Hoje, o sol escondido, fez sombra na barranca.
O rio brilhou, mais que a nascente.
Espelhou, Santa Rosa, negrou o céu.
O areeiro, transbordou a barca, planando na correnteza.
Horizonte, incerteza, é o dia de amanhã.
No cais aguarda para o aceno, o vestido e a mulher.
No entardecer da correnteza bruta, que a vida leva de proa.
A areia á a vida, o pão de cada dia.
Chora Maria, a noite caiu, o João não subiu,
a tempestade sem aviso, não permitiu o último abanar.
Jaguarão levou o remo, areia não tem mais a pá.
Maria chorou para o rio, João, que não vai mais voltar.

(Renato Jaguarão)

Nenhum comentário:

Postar um comentário